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Carta de compromisso dos Governadores pelo Clima
Estados brasileiros que já assinaram o documento (atualizado em 26/11/2020):
Amapá
Distrito Federal
Espírito Santo
Maranhão
Piauí
Pernambuco
Pará
Rio Grande do Norte
Rio Grande do Sul
São Paulo
A comunidade científica, representada pelo Painel Intergovernamental Sobre
Mudanças Climáticas (IPCC), há décadas alerta para os riscos associados ao aquecimento
global, cujas graves consequências naturais, sociais e econômicas já são evidentes.
A seriedade e complexidade dos riscos das mudanças climáticas demandam que
os governos, o setor empresarial e a sociedade civil se antecipem aos impactos previstos,
cujos custos serão consideravelmente maiores e mais frequentes do que os da
atual pandemia.
Os efeitos socioeconômicos da atual crise sanitária são e serão severos, retrocedendo
níveis de miséria, aprofundando desigualdades e expondo ainda mais a parcela
vulnerável da população a intempéries de todo tipo. Superar esta crise exige convergência
estratégica de esforços, de modo a viabilizar um futuro sustentável, inclusivo e
próspero para as atuais e futuras gerações.
A urgente recuperação econômica deve ser impulsionada por processos integrados,
que possam simultaneamente regenerar ecossistemas, fortalecer empresas e gerar
milhões de empregos, aproveitando oportunidades de investimento em energias renováveis,
reflorestamentos, saneamento, reciclagem, bioeconomia, bem como em inovações
tecnológicas e de processos produtivos, com uso mais eficiente dos recursos
públicos e privados.
Além das urgências socioeconômicas provocadas pela pandemia, recaem sobre os
estados parte considerável dos desafios relacionados à prevenção e adaptação aos
impactos climáticos. Implementar planos preventivos e construtivos é a forma de agir
mais inteligente e de menor custo.
Portanto, ações articuladas e propositivas, integrando os governos subnacionais
brasileiros, se fazem urgentes para o alcance desses objetivos e das metas da Contribuição
Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil, estabelecida no Acordo de Paris.
Tais avanços só serão concretizados com o combate firme ao desmatamento e queimadas
ilegais, com a promoção de energias limpas, a redução da queima de combustíveis
fósseis, o aumento do uso de biocombustíveis, a eletrificação da mobilidade e o
incentivo à agricultura de baixo carbono.
Considerando tais urgências e oportunidades, os governadores brasileiros signatários
da presente carta instituem a aliança Governadores pelo Clima, em sintonia com
outras iniciativas similares nos diversos continentes. Seremos uma coalizão suprapartidária,
agregando ideias, forças e conhecimentos para enfrentar essa ameaça existencial.
Com o compromisso de ação continuada, os Governadores signatários indicarão
representantes executivos para consolidar a institucionalidade da aliança e construir
uma agenda estratégica nacional e internacional.
Reiterando o Acordo de Paris, estaremos ativamente engajados com a comunidade
internacional, como parte do esforço global para manter o aquecimento bem abaixo
de 2oC e para acelerar a transição para uma economia limpa e inclusiva, que beneficiará
nossa segurança, prosperidade e saúde.
Brasil, outubro de 2020.
Confira o resumo executivo do I Encontro Governadores pelo Clima
